Servidor já tinha sido preso há poucos dias por suspeita de furtar gado
Servidor já tinha sido preso há poucos dias por suspeita de furtar gado
O servidor de Várzea Grande que havia sido preso na última semana por suspeita de furtar gado de uma fazenda, em Poconé, é um dos alvos da Operação Fenestra, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), nesta segunda-feira (22). Oswaldo Prado Rocha, superintendente de Atenção Secundária da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, teve um mandado de prisão expedido pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande, acusado de integrar um esquema de desvio de medicamentos da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento (Upa Ipase). Também foram presos os farmacêuticos Jackson Alves Lopes de Souza e Ednaldo Jesus e Silva, além do empresário Fernando Metello Gomes de Almeida. Além dos quatro mandados de prisão, foram expedidos outros oito de busca e apreensão domiciliar numa investigação conduzida pelo delegado Marcelo Maidame. Também foram expedidos quatro mandados de suspensão do exercício de função pública de agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, além de mandado de sequestro de veículo pertencente a Oswaldo Prado Rocha, que é sobrinho da vereadora de Várzea Grande Rosy Prado (União). Na última semana, ele havia sido preso por porte ilegal de arma, em Poconé (104 km de Cuiabá). Oswaldo e outros dois homens são suspeitos de integrarem um grupo especializado em furto e roubo de gado na região. Já o empresário Fernando Metello Gomes de Almeida, também preso nesta segunda-feira, já foi alvo de outra operação, em 2006. Naquela ocasião, ele foi um dos investigados na Operação Casa de Abelha, que apurava indícios de fraude de documentos para liberação de veículos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). No decorrer das investigações descobriu-se que as fraudes eram feitas por uma suposta quadrilha que atuava inclusive com ramificações em outros Estados. Em 2019, um Porsche 911 foi apreendido em sua casa, por falta de pagamento do financiamento bancário. Na ocasião, ele disse que o carro era de um amigo, que havia pedido para que o mesmo fosse guardado no local. As investigações iniciaram em abril de 2022 e apontaram o envolvimento de servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, dentre eles o superintendente, chefes de farmácia, motoristas e auxiliares. Conforme a apuração da Deccor, os indícios indicam que os medicamentos eram receptados por um empresário que atua no ramo de medicamentos e utilizando “laranjas” para pagar vantagem indevida à agentes públicos, por intermédio de transferências bancárias e compra de veículo, visando a ocultação ilícita dos bens e valores. Nas diligências foi constatado que, no período de pandemia da Covid-19, foi aberta uma janela nos fundos da farmácia da Upa Ipase, supostamente para evitar o contato entre pacientes e servidores, contudo, evidências indicam que foi utilizada para os desvios de medicamentos. A Deccor identificou alteração irregular no sistema de dados relacionados ao controle de saída de medicamentos da UPA/IPASE para ocultar a dispensa ilícita de remédios, sendo inclusive dispensado medicamentos para paciente já falecidos. Durante as investigações foi demonstrado que as subtrações de medicamentos eram realizadas sob a liderança do Superintendente de Saúde de Várzea Grande, destacando assim em especial a atuação delituosa dos agentes públicos, chefes de farmácia, sem a qual certamente os fatos não ocorreriam em prejuízo da farmácia da Upa de Várzea Grande. Os investigados devem responder pelo crime de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção passiva, extravio de documento e lavagem de dinheiro. Fenestra faz alusão à palavra em latim que significa janela, que foi aberta no fundo da farmácia Upa Ipase no período pandêmico para o desvio de medicamentos.