Evitar a instalação de quatro hidrelétricas no Rio das Mortes, empreendimento do grupo Bom Futuro, da família Maggi, que figura entre as mais ricas do mundo pela revista Forbes. E cujo licenciamento, apesar de questionado por comunidades e Ministério Público Federal (MPF), avança na Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema). Esta é, atualmente, a principal batalha dos indígenas do povo Xavante, no estado da região Centro-Oeste.
A gigante do setor agropecuário é da família do ex-ministro da Agricultura do governo Temer, ex-governador do Mato Grosso e bilionário Blairo Maggi (PP), e quer construir Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na cabeceira do Rio das Mortes e em um dos seus afluentes, o rio Cumbuco.
As águas cujo curso pretendem barrar nascem na cidade de Campo Verde (MT) e desaguam no rio Araguaia. Atravessam as Terras Indígenas (TIs) Sangradouro, Volta Grande, São Marcos, Areões e Pimentel Barbosa, do povo Xavante, e a TI Merure, do povo Bororo.
No último 16 de outubro, lideranças indígenas foram uma vez mais até a sede do MPF em Barra do Garças (MT) dizer que são contra o empreendimento, que os impactos serão catastróficos e que o processo para a instalação está cheio de irregularidades. Entre elas, alegam a violação ao direito de consulta prévia, livre e informada das comunidades afetadas, exigência da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da qual o Brasil é signatário.