O estado de Mato Grosso, é um dos estados que receberam orientações do Ministério da Saúde sobre as ações que devem ser realizadas no período de baixa transmissão de dengue. O objetivo é diminuir os impactos da arbovirose, após a temporada de chuvas. Além do MT, os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, também foram orientados
Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, “o período de baixa ocorrência de dengue é ideal para unir esforços com estados e municípios e implementar ações que vão impactar positivamente no próximo período sazonal de arboviroses”.Os estados foram orientados a realizar mais testes laboratoriais de dengue, reforçar ações de controle do mosquito e fazer uma força-tarefa para encerrar os óbitos em investigação. Além disso, a secretaria disponibilizou a própria equipe técnica para ir aos territórios e apoiar os estados nessas ações.
O período de chuvas que se iniciou em Mato Grosso preocupa os setores de saúde. Em Primavera do Leste, as agentes de endemias do município passaram a intensificar as vistorias aos imóveis e orientar sobre ações assertivas que os moradores precisam realizar para evitar criadouros do mosquito.
O aumento do número de visitas foi expressivo. Em julho foram realizadas cerca de 9 mil visitas a mais do que no mês de junho, passando de 1.280 para 11.021. Em agosto, o número também subiu para quase 3 mil visitas a mais do que julho, chegando a 13.888, já em setembro foram 17.332 imóveis visitados.
Conforme dados do Informe Epidemiológico da Secretaria de Saúde de Primavera do Leste, 14.892 depósitos foram eliminados. Entre os bairros com maior número de focos foram o Castelândia e o Centro. Já entre os depósitos em potencial estão depósitos móveis (vasos/frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósito de construção, objetos religiosos/rituais).
Estado
Neste ano, até o momento, os casos prováveis de dengue e chikungunya apresentaram um aumento de 59% e 7.673% em comparação a 2023, respectivamente. Por outro lado, a zika registrou uma redução de 19%.De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado no dia 17 deste mês, foram registradas 41.631 notificações de dengue, 20.600 casos de chikungunya e 397 de zika.
No ano passado, foram registradas 26.364 notificações de dengue, 265 casos de chikungunya e 491 de zika. O número de óbitos também é preocupante: somente neste ano, 36 pessoas morreram em decorrência da dengue.
As cidades com maior número de vítimas fatais são, Pontes e Lacerda, que registrou sete mortes, Cuiabá que teve cinco e Tangará da Serra que confirmou três óbitos pela enfermidade. Além disso, 11 pessoas perderam a vida devido à infecção por chikungunya, com sete óbitos confirmados em Tangará da Serra, dois em Campinápolis, um em São José do Rio Claro e outro em Sorriso.
No entanto, o relatório estadual indica que, dos quatro sorotipos de dengue, três estão circulando no território mato-grossense (1, 2 e 4). Quanto mais sorotipos estiverem em circulação, maior é a chance de reinfecção pela dengue, e essa reinfecção aumenta o risco de casos graves da doença.
Casos e óbitos
O Brasil já registrou 6.545.062 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O coeficiente de incidência é de 3.223,2 casos a cada 100 mil habitantes. Desde o começo do ano, foram contabilizados 5.680 óbitos pela doença e outros 1.384 ainda estão em investigação.
São Paulo lidera entre os estados com 2.132.735 casos prováveis de dengue em 2024, seguido por Minas Gerais (1.689.699) e Paraná (651.361). Entre os óbitos, os três estados também lideram o ranking: São Paulo com 1.871 mortes por dengue, Minas Gerais, com 1.060, e Paraná, com 682.
Plano de Ação
Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou o Plano de Ação para redução da dengue e outras arboviroses.
O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses.
Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias.
O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:
• Prevenção;
• Vigilância;
• Controle vetorial;
• Organização da rede assistencial e manejo clínico;
• Preparação e resposta às emergências e
• Comunicação e participação comunitária.