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Sá - 21 de Dezembro de 2024
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Polícia Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024, 10:17 - A | A

Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024, 10h:17 - A | A

OPERAÇÃO GOTA D"ÁGUA

Em interceptação telefônica, servidores do DAE admitem cobrança de propina e que são "uma quadrilha"

O grupo criminoso tinha como líderes o diretor do departamento e um vereador do município. Eles foram responsáveis por desviar R$ 11,3 milhões dos cofres públicos.

REPORTER MT

Uma interceptação telefônica realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), no âmbito da Operação Gota D'Água, deflagrada na última semana, revelou uma conversa em que servidores do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG) dão risada e admitem: "a gente é uma quadrilha".

O grupo criminoso, que contou com a atuação do diretor do departamento e um vereador da cidade de Várzea Grande, desviou R$ 11,3 milhões dos cofres públicos do município.

A operação deflagrada na última sexta-feira (20) cumpriu 123 mandados judiciais, entre prisões preventivas, busca e apreensão, suspensão de função pública, sequestro de bens e bloqueio de valores e medidas cautelares diversas. De acordo com as investigações, o diretor do DAE Alessandro Macaúbas e o vereador Pablo Pereira (União) - que tiveram os mandados de prisão cumpridos na ação -, são apontados como os líderes do esquema. Vale destacar que o vereador conseguiu na Justiça, nesta semana, sua liberdade. 

A atuação desse grupo, conforme a autoridade policial, possibilitava "a realização de fraudes, com inserção de informações falsas no Sistema GSAN, mediante indiscriminado recebimento de valores".

Uma das interceptações feita pelos policiais captou trecho de uma conversa entre três integrantes do "segundo escalão" da organização. São eles Aguinaldo Lourenço da Costa Silva, Anderson Kleiton Corrêa Botelho e Mário Sales Rodrigues Júnior.

Eles atuavam no departamento como ouvidor, coordenador comercial e agente de saneamento. Na conversa, Mário explica como o grupo atua e afirma que são integrantes de uma "quadrilha".

"A gente é uma quadrilha, a gente atrasa a ligação, vende a dificuldade, aliás, apresenta a dificuldade para vender a facilidade", diz trecho de documento.

Em outro trecho da mesma conversa, Aguinaldo relata que, durante sua oitiva realizada na Deccor no curso das investigações lhe foi questionado se um consumidor poderia levar até 70 dias para ter água em casa, havendo respondido que pode ocorrer em prazo mais curto, de dois a três dias.

"Na ocasião, Anderson intervém na conversa e afirma esse prazo pode ser cumprido desde que MEDIANTE PROPINA e todos (AGUINALDO, ANDERSON e MÁRIO) riem debochadamente", diz outro trecho do inquérito.

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